quinta-feira, 30 de abril de 2020

Resenha: Fábrica de Vespas - Iain Banks



Finalizei hoje a leitura de Fábrica de Vespa e, meus amigos, QUE LEITURA. Para quem nos acompanha pelos stories e nas postagens, viram que assim que chegou o meu exemplar, comecei a devorar no dia seguinte. Apesar de ser sim uma leitura difícil e complicada, não dá vontade alguma de parar em nenhum momento (inclusive eu até cheguei a acordar de madrugada para que eu pudesse prosseguir na história).










A trama gira em torno do Frank, um adolescente psicopata de 16 anos que já matou 3 pessoas ainda quando criança e atualmente "apenas" decapita e tortura animais (apenas). O pai de Frank, um médico/cientista que não mais atua profissionalmente e se dedica exclusivamente aos cuidados do filho durante muito tempo do seu dia. O irmão mais velho de Frank, Eric, fugiu do hospital recentemente e está "cada vez mais perto de casa" e durante toda a trama, vemos o Eric "cada vez mais perto" e o modo como o livro é escrito em si, traz um sentimento de angústia como se realmente estivéssemos na pele do Frank. Neste livro, todos guardam um segredo e os poucos, cada um deles vão sendo revelados ao leitor (a grande maioria são chocantes).
[...] a inocência infantil não é, e nem era, como a maioria das pessoas parece pensar, crianças provavelmente nutrem quase tantos pensamentos violentos quanto adultos. Elas apenas não costumam ter um quadro moral sofisticado no qual colocá-los." — Página 14.

A leitura pode ser arrastada para muitas pessoas, e por mais incrível que pareça, o hater de leituras paradas aqui se rendeu a essa narrativa. A todo momento nos é mostrado o dia a dia do nosso protagonista onde dificilmente há algo de novo, todo mistério do livro é respondido no último capítulo. A relação do Frank com o pai, é algo questionável, ambos vivem só, isolados numa ilha, e em apenas poucos momentos do livro dá para sentir o mínimo possível dessa relação PROPOSITALEMENTE mal desenvolvida pelo Iain.
[...] eu sinto, que com minha maturidade aumentando ele tem que manter o controle sobre mim o máximo que pode. Não sou mais criança. Apenas esses pedacinhos de poder imaginário fazem com que ele pense estar no controle do que acredita ser o relacionamento ideal entre pai e filho." — Página 28.

Nem preciso dizer que o final desse livro é impossível de supor, você literalmente só tem a certeza do que o Frank é (além de um psicopata mirim) em si no último parágrafo (então se você é do tipo de pessoa que gosta de espiar o último parágrafo do livro, eu não recomendo que o faça neste). 

O livro foi sim 5 estrelas no meu Skoob, favoritado e recomendo para todos que estejam dispostos a um novo tipo de leitura. Vou logo avisando, você não sabe absolutamente nada o que está acontecendo neste livro até os fatos pularem das entrelinhas e te espancarem em parágrafos que você deixou solto, te chamando inúmeras vezes de trouxa.


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