Autor: Brendow H. Godoi
Editora: Penalux
Ano: 2017
ISBN: 9788558331944
Número de Páginas: 356
Gênero: Romance
Sinopse:
Quando foi que a ficção deixou de ser verdade? Melhor dizendo, quando foi que a escrita ávida de Brendow H. Godoi saiu da gaveta, e penetrante, fulminou em nosso psiquismo? Conheci esse poeta pela internet, espalhando versos nada enigmáticos e totalmente sinceros com sua vontade (necessidade?) de formentar a literatura. Eu me identifico com sua coragem em demonstrar tudo o que vê e sente; até mesmo as obscuridades que existem em seu inconsciente. "Quente, feito tequila" é o livro que faltava em minha estante, que me ascende à vontade de entender o que passa na mente de alguém que esá recomeçando por outros caminhos, porém, com um passado tão devasso, que a atormenta a todo instante. Senta! Pega seu copo de uísque, ou então seja fiel, pegue uma dose de tequila e efervesça com esse romance que te consumirá em frases poéticas.
-- Tatiana Aline Santana.
Resenha:
Recentemente o blog fechou parceria com a incrível Editora Penalux! A Editora me enviou um e-mail perguntando se eu tinha preferência por algum título, e é óbvio que eu disse sim, pois eu já havia rolado no catálogo da editora e eu estava babando por ''Quente, feito tequila'', e uma das coisas que logo me chamou a atenção, foi primeiramente a capa, e segundo o título me deixou bastante intrigado, então solicitei esse título e chegou bem rápido, li em dois dias essa maravilha e só não saiu resenha antes porque meu notbook estava quebrado e só chegou hoje (30/07/2017).
Ah, Belo Horizonte, por que diabos eu fui te conhecer? Cruel e maravilhosa. A soma de dois extremos. Fria e calorosa. Aconchegante e torturante, o berço dos meus mais encantadores e sórdidos sentimentos. Padroeira dos meus sorrisos intensos. Madrasta das mais geladas lágrimas que eu deixei de prêmio, em cada esquina." -- Pág. 17
A narrativa do incrível Brendow, conta a história da Carolina S. Medeiros, uma linda ruiva, da pele clara e lésbica, uma mulher que não teve tanta sorte assim durante a adolescência e por isso teve que acabar fugindo de casa e parar em Belo Horizonte, mal sabia ela, que lá os problemas apenas começariam...
"Ai ai, o ser humano é uma peça, mesmo. Nos momentos de aflição, implica ser forte, positivo e autoconfiante. Esse discurso furado de confiar em si mesmo é uma piada que foi criada e vendida por um filho da puta sem alma."
Chegando em Belo Horizonte, Carolina conhece pessoas, passa a ver e fazer coisas, se vicia em álcool e vai parar na prisão.
"Meu coração não tem dono. Assim como seu não deve nunca ter."
Para se virar, nossa protagonista passa a se prostituir, e adota um nome de guerra chamada "Tequila", até que por um tempo, ela tentou sair dessa vida, e quase conseguiu, porém as contas foram chegando e o desemprego batendo fortemente em sua porta, até que em última opção, decidiu voltar para a vida da prostituição. Tequila estava de volta a ativa.
"Tinha me esquecido do quanto é bom estar viva."
Tequila, em um de seus programas, vira a garota da senadora Sueli que apartir daí eu não posso mais entrar em detalhes já que eu não vou conseguir segurar o spoiler hahahahahaha.
" Loucura e morte estão atreladas, são as únicas portas que ficam abertas no fim do caminho, esperando por nós."
A Tequila desencadeia uma doença cardíaca devido ao seu vício em cigarro e álcool, vê a vida dela mesma passar diante dos seus olhos por duas vezes e pessoas amadas indo embora.
"Bom, talvez eu seja privilegiada. Sei o que vai me matar e escolhi a minha forma de morrer: afogada no álcool e intoxicada na fumaça."
Eu costumo dizer a todo mundo que eu me apaixonei por esse livro desde que eu li a primeira página. Não só por apenas me identificar com o linguajar e atitudes da protagonista, mas sim também pela mensagem que o livro aborda. Corrupção, abuso sexual, abuso de poder, mundo da prostituição e homofobia são tratados no livro, alguns desses de uma forma bastante sutil e discreta, se você simplesmente "ler por ler", possa ser que deixe de notar isso.
"Corações são como xícaras de café, devem estar sempre quentes. Se esfriarem, é melhor pedir uma cerveja."
"Quente, feito tequila" é um livro que marcou muito minha vida, foi um livro bastante profundo, onde nele eu pude refletir, sentar com calma e rever alguns conceitos. Sem dúvidas todos os jovens deveriam ler esse livro e pensar um pouco.
"Cada gole é um suicídio. Cada tragada, uma pá de terra na minha sepultura"
Sem dúvidas essa foi a melhor leitura que eu fiz de todos os tempos. Meus amigos estão fartos e ao mesmo tempo curiosos para conhecerem a Tequilinha de tanto que eu falo nesse livro. Esta obra é aquela que faz com que o leitor olhe com outros olhos na estante e abrir um sorriso quando se lembrar o quão gostoso foi a leitura. O autor é um poeta e esse é seu primeiro romance, ele soube induzir muito bem essa pegada de romance com uma pitada de poesia. Eu estou simplesmente apaixonado pela escrita do Brendow e eu vou sim ler mais escritos dele.
Entrevista:
Durante o tempo que eu estava lendo, troquei algumas mensagens com o autor, que foi super atencioso, me tirou dúvidas e quando terminei de ler, eu não resisti e perguntei se ele toparia uma entrevista, dei sorte, o autor aceitou de cara! Teclar com ele foi muito produtivo.
1. O que te inspirou a criar a história?
Era pra Tequila ser um homem. Escrevi um parágrafo aqui, outro ali. Daí, achei o personagem muito "Bukowskiano" e pensei: E se ao invés de homem, fosse uma mulher? E se ela fosse prostituta? E se fosse lésbica? A imaginação foi correndo solta na medida em que fui escrevendo.
2. Em quê você se inspirou quando criou a Tequila?
Pra ser sincero, em ninguém. Ela é fruto dela mesma, ela auto se inspirou e nasceu. Foi um acidente provocado, planejado.
3. Visto que esse é o seu primeiro romance, como foi escrever? Pretende dar continuidade ao gênero misturando romance com uma pitada de poesia?
Foi extremamente agradável escrever esse livro. Na minha opinião, o gênero mais difícil de se aventurar, é o romance. Exige muito do autor. Os detalhes tem que ficar amarrados, a história tem que fazer sentido em tudo. Até o fim do ano, vou publicar um de poesias, que já está quase pronto. Mas eu posso afirmar com certeza, que o romance é o meu gênero textual favorito.
4. Além de ser seu romance de estréia, como foi para você dar vida a uma protagonista mulher?
Sensacional. Me orgulho muito disso. Orgulho não só por Tequila ser mulher, mas ser uma mulher pobre, do interior, homossexual, viciada, doente e prostituta. Na escala da marginalização, ela se destaca. Busquei afrontar o machismo e o preconceito. Dei um final feliz a ela. Quis mostrar que ainda que o mundo esteja contra você, ninguém pode te parar.
5. Por qual motivo Tequila? Já que no livro não faz menção de onde surgiu o nome da protagonista, de onde ela tirou o "Tequila". E a Carolina só bebe basicamente vinho (que por acaso é o vício dela) e uma vez ou outra faz mensão de uísque ou cerveja.
A Tequila é uma das bebidas mais fortes e sofisticadas do mundo. É de origem latina, do México. Uma das suas características, é elevar o calor corporal da pessoa, consequentemente, o seu libido sexual. Existem pesquisas que dizem que a pessoa que consome Tequila numa noite, tem 95% de chances a mais de ir pra cama com alguém, se for comparada a outra pessoa que ingeriu qualquer outro tipos e bebida. A tequila é uma bebida jovem, promíscua, caliente. Ela possui a coloração rubra, o que casou com a cor dos cabelos da personagem. Sei lá, pensei nisso. Fogo, calor, libido.
6. O autor pretende dar continuação a obra?
Pretendo. Decidi a pouco tempo, que Tequila será uma trilogia. O próximo da saga, sai no ano que vem. "Frio, feito uma lágrima de adeus". Ou algo do tipo hahahahahaha.
Mais uma vez Brendow, obrigado!
Eu criei uma playlist das músicas que eu ouvia enquanto lia "Quente, feito tequila" e você pode conferir clicando AQUI
Nota:
Mais uma vez, obrigado Editora Penalux, pela confiança e por todo suporte!
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