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quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Resenha #18: O Grande Deus Pã - Arthur Machen




Entre os criadores modernos do pavor cósmico elevado ao seu mais alto rigor artístico, poucos podem ser comparados ao versátil Arthut Machen, autor de uma dezena de narrativas curtas e longas em que os elementos de terror oculto e ameaça sinistra alcançam uma essência e um realismo difíceis de equiparar. 

De seus escritos de terror, talvez o mais famoso seja O Grande Deus Pã, em que Machen narra a história de um singular e terrível experimento, bem como suas nefastas consequências.




  1883. Ano em que Machen lançou O Grande Deus Pã. Reis do terror como: H. P. Lovecraft, Edgar Alan Poe e o mais atual rei do horror Stephen King, declararam publicamente, que esta obra de Arthur, os serve de influência até hoje.
  É um pouco complicado organizar os pensamentos quando se trata de uma obra antiga assim, ainda mais quando se está se referindo ao estopim do terror moderno, que prevalece até os dias atuais com grande peso na literatura. Antes de começar a falar um pouco sobre o livro, eu gostaria de declarar que, para que eu pudesse entender melhor a história, eu precisei reler o livro. Se trata de um livro um tanto pesado, mesmo sendo uma leitura fluida, onde os mínimos detalhes pesam para que se compreenda bem o final.
  O livro conta com apenas 122 páginas, porém, são 121 páginas de interrogações e na última página (literalmente) são respondidas todas perguntas e mais um pouco de tudo o que o leitor pudesse imaginar. Como se trata de uma história um tanto quanto pequena, fica meio complicado falar um pouco da narrativa sem soltar aquele spoiler, mas, contarei algumas pequenas coisas, porém, sem me aprofundar muito.

"Digo que tudo isso não é nada além de sonhos e sombras; as sombras que escondem o mundo real de nossos olhos."

  O Grande Deus Pã, é um ser impossível de descrever, alguns tentaram, mas falharam miseravelmente, observe:

"O rosto enegrecido, a forma edionda sobre a cama, transformando-se e derretendo diante de seus olhos, indo de mulher para homem, de homem para besta, e de besta para pior que besta."

  Esse deus, não se pode ser visto, a menos, claro, que a pessoa queira no mínimo ficar louca. Ora, Pã é um deus, um ser "divino" divinamente demoníaco. 

"É incrível demais, monstruoso demais, tais coisas não podem existir nesse mundo tranquilo, onde homens e mulheres vivem e morrem, e lutam e conquistam, ou talvez sucumbem à dor e ao arrependimento, e padecem estranhos destinos por anos seguidos."

  O trabalho gráfico desse livro, é um ponto bastante positivo que eu não poderia deixar de ressaltar. Nesse livro, encontramos uma linguagem bastante atual e de fácil compreensão, fazendo com que a leitura simplesmentente flua. Temos no rodapé, algumas notas do editor que auxilia muito na leitura, já que estamos falando de um livro escrito à mais de um século atrás, onde, há palavras que realmente poucas pessoas conhecem, e que, se for substituída por outra, perde a coerência do texto. E, por último, juntamente com o indicador de enumeração de cada capítulo, temos o desenho da Flauta de Pã:


Existe uma lenda na mitologia grega que diz que um dia, o deus da natureza selvagem, Pan, estava perseguindo a ninfa Siringe, que repelia os seus avanços e se recusava a amar um homem tão parecido com uma cabra. Ela então correu para o rio; presa e incapaz de atravessar ela pediu as ninfas do rio para mudar sua forma, e responder suas orações, transformando-a em caniços do pântano. Sentindo o coração partido, Pan reuniu as canas e assim inventou o instrumento musical que ele chamou siringe. Hoje chamamos Flauta de Pan ou somente Flauta Pan.

Fonte: http://musiteca.com.br/aguarde/conheca-um-pouco-mais-sobre-a-flauta-de-pa/



  O livro além de terror, é bastante visível o suspense, que acaba deixando o leitor querendo saber o motivo do acontecido cada vez que as páginas vão passando. Uma leitura tão rápida e tão tensa ao mesmo tempo, que vai te fazer voltar algumas páginas e te deixar meio perturbado para dormir durante a noite.
 

segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Resenha #16: Causa Morte - Débora Gil Pantaleão

Sinopse: 

"Um pouco de vento, um pouco de fé não faria mal a ninguém, vice? é terrível estar tão só. As letras-palavras de Débora foram me levando pra esse lugar virando retrato da cidade esquisita de Pedro que cabe a gente, não só eu, a gente toda que nunca viu a Dona Sorte na vida, não sabe nem se é mulher.
                                                                                                                                    - Aline Bei.

"Pedro se setia morto de qualquer forma."

Resenha: 

Você já começa se surpreendendo quando abre o livro e da de cara com essas duas frases:
Deus nos ama, porque nos criou! -"O homem criou Deus!" - respondem vocês, sutis. E não deveriam amar o que criou?Deveria negá-lo, porque o criou?                                           - NIETZSCHE



"A tragédia, como tal, nada ensina sobre o mal, porque ela tem muito a ensinar sobre muitos tipos de ações.E, no entanto, pode-se no mínimo dizer, contra a moderna ênfase no mal transcendental, que a maioria das grandes tragédias do mundo não termina com um mal absoluto, mas com um mal que foi tanto vivenciado quanto suportado."                                                                       - Raymond Williams.


Eu nunca tinha lido uma novela, e achei bem interessante a forma como a autora usou as pontuações ao seu favor a fim de enfatizar o clima vivido por seus personagens, fazendo com que as perguntas aparentem ser suas próprias respostas, ou mesmo a ausência delas.

Porém senti um pouco de dificuldade em separar a comunicação dos personagens, o que no começo foi um problema, mas depois você se acostuma e a leitura flui. :3

"Pra onde vai um barco sem âncora."



A história começa quando nosso personagem chega a um lugar chamado Cabedelo à procura de Pedro.



" Cheguei a Cabedelo sem muitas dificuldades. No jornal, a foto escura não atrapalhava o caminho. Todos conheciam Pedro. Se assustavam ao me ver à sua procura."


Ele acha a casa de Pedro, e depois de insistir muito e se apresentar como Jornalista que veio de São Paulo para passar alguns dias na cidade, e quem sabe conversar um pouco com ele faz com que Pedro de alguma forma tenha piedade e o aloje em sua casa, porém Pedro se negava a conversar sobre qualquer coisa além e manda-lo embora, e ele insistia em ficar. 

Mas no seu centésimo aniversário isso mudou.
Dai em diante muitas coisas frias, tristes e até mesmo chocantes vão acontecer. 

"No dia de seu centésimo aniversário, Pedro se dirigiu a mim de forma diferente. Aquilo me matou, me fascinou ou mesmo tempo. Pedro, como quem se confessava, disse:O homem é uma paixão inútil, meu amigo."



A medida que a história se desenrola nos deparamos com passagens que carregam frases simplesmente incríveis, que nos fazem pensa muito sobre tudo.



" No alvorada, Pedro e. Seu Severino. Poupavam as palavras.  Pensamentos iam e vinham junto ao solavanco do barco. As cabeças deles tão distantes quanto os peixes da rede."



"Não há outra coisa a se invejar de alguém. A não ser que. Ache a vida bonita."

Essa resenha é bem simples, comento apenas uma parte do livro porque como disse antes nunca havia lido um livro desse estilo, e por esse motivo não tenho certeza se entendi realmente a essência dos capítulos seguintes.

Espero que isso não seja uma barreira para vocês, porque eu realmente gostei do livro, e tenho certeza que muitos de vocês também irão gostar.   


"Ás vezes, temo você ser uma representação de mim, Pedro. Uma representação de mim. Ou, talvez. Eu nem exista."
 Avaliação:






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domingo, 13 de agosto de 2017

Resenha #15: Respeite o Medo - Ana Cristina Soares


Sinopse:


"O cara gente boa namora uma vadia, mas acha que ela é uma fofinha. O outro namora uma princesa e nem percebe. A víbora tenta dar um golpe na gordinha sem graça e se dá mal, mas nem tanto. Numa festa cheia de maluco beleza e muitas risadas, as coisas saem totalmente do controle. Não é engraçado. E o pavor inominável, mas antigo que o mundo, espera o tempo que for para vencer. Raiva, cobiça e inveja. Dome-as, controle-as ou elas vão controlar você. Ressentimento. Fúria. Preguiça. São horríveis, impublicáveis e inconfessáveis mas você também já sentiu. Mas pode continuar fingindo que não. Mas, o medo… o Medo é diferente. O Medo é como a Morte. Frio e implacável. E por isso mesmo, incrivelmente belo. Não ria, não desafie, não se iluda. Respeite o medo."
 Resenha:


 Respeite o Medo é um livro de contos, que aborda diversos temas do nosso cotidiano em histórias diferentes. Contos que nos fazem realmente parar para refletir nas atitudes que tomamos. A escrita da Ana é bastante fluida e o livro conta apenas 164 páginas, é um livro de ler numa sentada, em um dia, porém, assim também como o livro Quente, feito tequila, deve ser lido com bastante atenção para que se possa ter o máximo de aproveito, para que se possa extrair o quanto der de cada conto.


"Quando ela chegou bem perto, ele a olhou nos olhos, pela última vez, e viu toda imensidão do amor dela por ele."   – Página 16.
 Dentre os 20 contos presente nessa obra, não vou resenhar TODOS os contos que eu mais gostei, irei falar brevemente sobre a conclusão que pude refletir:


  • Má companhia:
 Nem todos os conselhos que nos dão, são para o nosso bem.

"O mal tem o rosto de um anjo."    – Página 81.

  •  Respeite o medo:
 Reveja suas amizades. Aceite ajuda de especialistas.

"Além do mais, o medo é um mecanismo de defesa ancestral da nossa espécie. É o medo que impede que você seja atropelada ou pule de uma ponte. Respeite-o.   – Página 20.

  • Cecília e a Morte:
 Há coisas que estão muito acima do nosso entendimento.


  • Qualquer coisa:
 O ser humano é capaz de QUALQUER COISA pelo seu ego.

"Eles se entendiam e se completavam totalmente, pois no fundo eram a mesma pessoa egoísta, inescrupulosa e totalmente desenfreada."  – Página 79.

  • Tarde demais:
 Uma pessoa pode dizimar milhares de pessoas por não ser reconhecida.

"Naquele dia, em menos de um minuto, cinco mil almas foram para o inferno. Inclusive a dela."  – Página 43.


  •  Lizzie e o motivo de sua morte:
 O amor ocasiona loucuras.

"Mas, como éramos muito intensos, nossa vida alternava momentos de total amor com outros de ódio profundo."  – Página 87.

  • Morte no Alto Escalão:
 Nunca tire conclusões precipitadas.


  • Sinfonia:
 Há males que vêm para o nosso bem.

"Namoro? Delegado, nós estamos em 1975! O 'namoro' é uma instituição burguesa que oprime as mulheres e acorrenta os homens."   – Página 48.

  • O imenso sofrimento da Dra. Vera:
 Essa é mais uma prova de que a vingança não trás bem nenhum.

"Aquela situação afrontava a sua genialidade de uma forma devastadora"   – Página 137. 

  • Um Segundo:
 Culpa e remorso, acabam com a alma e a carne.

"É impressionante como muitas vezes, uma decisão tomada em um segundo é capaz de mudar tanta coisa."  – Página 155.
 Esses foram 10, de 20 contos presentes nessa obra que me fizeram refletir e muito em relação às pessoas e até que ponto elas podem chegar, se submeter a N (s) coisas. Respeite o Medo é um livro que vale muito a pena ser lido por todas as pessoas, não somente aquelas que se identificam com o gênero, e sim por todas, para que possam levas esses contos para a vida, mesmo sabendo que tudo isso saiu dentro da imaginação da fantástica Ana Cristina Soares. Muito obrigado Ana, por me proporcionar essa leitura fantástica!


Nota:




quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Resenha #17: Poesias que Escrevi com Fome - André D'Soares

























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Sinopse:


Poesia rude, sem técnica nem estética, que fala de amor, abandono, aponta injustiças, denuncia o machismo e os preconceitos, sofre com a indiferença, e prova que a palavra é a arma para virar o jogo. André D´ Soares admite que escreve com o desespero daqueles cuja maior dificuldade para emergir na sociedade “está na diferença de largada”.

Essa diferença, o jovem poeta combate debochando com a hipocrisia ou denunciando os opressores, em versos que golpeiam o estômago e nos fazem refletir. Estigma, estereótipo, preconceito e exclusão são seus temas legitimamente sentidos em poemas que, não estivessem divididos em versos, poderiam ser classificados como crônicas, e das boas. Melhor ainda são os poemas curtos, de lirismo certeiro, quase microcontos de tão redondos.


Poesias que escrevi com fome é um livro que revela uma sensibilidade incomum em alguém tão jovem, um poeta em construção e muito promissor.


                                                                                                                - Nanete Neves, escritora.
Resenha:


Eu sempre fui apaixonado pela capa desse livro, e instigado com esse título, porque, apesar de sempre me identificar com o nome dessa obra, fiquei curioso para saber do quê exatamente o autor tinha fome, a curiosidade já começa na ambiguidade metafórica presente no título. Quando eu recebi esse livro em parceria com a Editora Penalux, eu li assim que chegou, como popularmente dizem: li em "uma sentada", e, quando eu me levantei, não foi com as mesmas opiniões sobre a sociedade e minhas aflições pessoais discretas.

"Mas só quando limpar-mos todo o entulho que há em nosso caminho poderemos seguir em frente."
 A escrita do André é rude, vulgar, e o que dá para pensar é que não foi uma escrita planejada, e, isso é bom! Porque aqui, encontramos um poesia nua, desprovida de qualquer abrangimento sobre tal assunto, tratando dessa forma, a escrita objetiva.


 Durante a leitura, é bastante perceptível, o clamor do autor perante tantas injustiças da sociedade e frustações pessoais durante o cotidiano. O livro aborda 1001 temas presente no dia-a-dia, e inúmeros problemas pessoais, e, esses motivos por serem tão frequentes, acaba sendo uma rotina, caindo na "normalidade cotidiana".

"- A depressão, doutor, mata mais do que bala de trinta e oito."

 Esse é o primeiro livro de poesia que eu resenho aqui no blog, mesmo este não sendo a minha primeira leitura neste gênero, como eu amo desafios, esse está sendo muito gostoso e dificultoso de falar, visto que, achar as palavras certas para descrever essa obra incrível é um pouco complicado, mas, como eu amo um desafio, não resisti a este.
 A voz do texto, sente uma fome de justiça muito grande, não só perante as injustiças referentes à sociedade, mas também a presença da mesma na vida pessoal de cada um de nós. Todas as emoções presente em cada poesia, são tão intensas, que, o pedido de justiça do autor (de forma metafórica ou não) em cada texto chega a ser palpável.



"O assunto era anunciar do fim do que achávamos do que era amor. Eu lhe amava, você só tentava."




Considerações finais:


 Obrigado à Editora Penalux pelo envio e confiança em nós, somos muito gratos por todo suporte <3.
 Obrigado também ao autor, por essa escrita maravilhosa que inclusive deveria ser considerada uma leitura obrigatória nas escolas <3.
 E obrigado a você que está lendo isso.

Nota: