Existe um momento em que a magia das histórias invade nossa alma – é, provavelmente, o momento em que muitos decidem: quero ser um escritor. Comigo, ela se deu em três fases.
A primeira foi quando eu vi meu primeiro Final Fantasy poligonal. Aquela magia toda me encantou de tal forma que eu quis viver num mundo mágico e tecnológico como aquele – e assim criei meu primeiro mundo fantástico, o mundo de Acqua, muito próximo ao nosso mundo real, e onde está ambientado o conto My shadow plan, onde aventureiros desvendam um... crime? na amaldiçoada cidade de Agliana, na Itália.
A segunda fase foi quando eu li o romance O inimigo do mundo do Leonel Caldela. Eu já era apaixonado pelo mundo de Arton por ter lido Holy Avenger, os quadrinhos, então o romance mexeu muito mais comigo. No entanto, não foi a leitura da obra que me motivou, mas sim a atenção dada pelo autor, no finado Orkut, quando pedi dicas para escrever meu próprio romance.
A terceira foi quando eu li a poesia em forma de prosa de Neil Gaiman, e percebi que a literatura está tanto no dito quanto no não-dito, no oculto, nas entrelinhas. Foi dessa poesia e desse não-dito que nasceu o conto Nil, quase um conto de fadas, quase uma metáfora, quase um aprendizado.
Claro que outros autores me inspiraram, claro que outros momentos me encantaram, mas esses três têm um espaço especial na minha memória. Foram basicamente eles que me inspiraram a contar histórias – histórias curtas, histórias longas, mas histórias que envolvessem, principalmente, emoções. É nela que a memória está forjada, e é ela que eu tento eternizar em minhas obras.
Dos outros autores que me exemplo, estão Stephen King, Ray Bradbury, Terry Pratchett, Victor Hugo, Douglas Adams, Haruki Murakami... Todos têm obras que, além da trama, me marcaram pela emoção sentida ao lê-las. Do humor agradável e do estranhamento das obras de Adams e Pratchett nasceu a vontade de escreverAquecimento global (Em fogo alto). E se o calor que enfrentamos nos dias de hoje tivesse um outro motivo, um tanto quanto... esdrúxulo? Julgo que o humor nonsensedesses dois autores nos dá um distanciamento tão agradável dos problemas cotidianos que hoje me é impossível imaginar-me um autor sem essa referência...
Assim como Bradbury e King. As obras de ambos têm cunhos fantásticos, mas é nas emoções humanas que eles brilham. A ficção científica – ou o terror – são apenas panos de fundo. Foi dessa característica que nasceram Kamerorkester e Paid in full. O primeiro é um conto de terror, onde o protagonista tem que escolher se vai ser o herói ou o vilão de sua própria história, e o segundo é o de um policial que explora um novo tipo de viagem no tempo para tentar salvar quem ama.
Muito mais do que na trama, com esses autores – Hugo e Murakami inclusos –, eu aprendi a focar, essencialmente, nos personagens – deixar que eles brilhem e escolham o final de suas próprias histórias.
A minha, como escritor, começa agora. Que o final dela esteja bem distante :)
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segunda-feira, 14 de março de 2016
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Amei seu texto.
ResponderExcluirEsperando por suas obras
Beijos
Balaio de Babados
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Olá, tudo bem?
ResponderExcluirQue história legal. Neil Gaiman é um dos meus autores favoritos. Quero muito ler alguma obra do Stephen King.
Ah, indiquei você em um selo lá no blog.
Abraço!
http://tudoonlinevirtual.blogspot.com.br/2016/03/premiacao-premio-dardos.html